Domingo, 23 de Janeiro de 2005
Que continuas a fazer-me falta
Que a saudade se insinua como sempre
Que a espera continua a alongar-se pelos sofás
Que ainda me lembro de tudo
Que sempre me lembro de ti
Que recordo os instantes suspensos no tempo
Que o meu escudo de calor não se quebrou
Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2005
Estranho-me
Em horas abstractas
Pergunto-me
Questões já sabidas
Renego-me
No reflexo de mim
Embalo-me
Na incerteza de ti
Sábado, 8 de Janeiro de 2005
(...)
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
(...)
Sérgio Godinho
A canção ressoa na minha cabeça e vai ficar todo o fim de semana. Como um aviso, uma premonição, um receio do que aí vem. A minha viagem ao desconhecido começa na 2ª feira. E o dia hoje fechou, fazendo desaparecer o sol. Cinza é a cor dos dias, cinza continuará a ser. Até quando? E qual a cor que lhes será dada no fim de tudo?
Terça-feira, 4 de Janeiro de 2005
O ano é novo
Os meus olhos alcançam a memória de ti
Só a memória.
A água faz refexos nos olhos que dizes amar
A expectativa
Pior que a realidade dos factos.
Há gelo que roça o corpo e dói
Não o consigo derreter
Aparecerão feridas que o calor não apaga.
Embarco numa viagem
Para destino estranho (incógnita por resolver)
Amarra bem a minha barca no teu cais.