Segunda-feira, 31 de Maio de 2004

Certamente não foi amor

ilusion_flut.jpg
Certamente não foi amor
Talvez desejo
Ternura incerta
Cumplicidade
Ou obsessão
Amor, não!

Certamente não foi real
Talvez sonhado
Em hora surda
Do quotidiano
A preversão
Real, não!
publicado por lique às 15:20
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Domingo, 30 de Maio de 2004

Fotógrafos contra a guerra

jlrisquez_g.jpg

Hoje, porque adoro fotografia embora não seja grandemente dotada para a arte, quero divulgar um site espanhol e uma iniciativa muito interessante que encontrei nas minhas viagens na net. Trata-se do site Fotografos contra la guerra, do qual retirei a foto deste post. Qualquer fotógrafo pode enviar para lá fotos que, de alguma forma, denunciem a guerra e juntar-se assim à iniciativa.
A organização tem um manifesto que passo a transcrever (peço desculpa por não traduzir):

"Contra esta guerra maldita se han movido las artes y las letras, el trabajo y el ocio, los gestos y las palabras, pero parece que no quieren oír.
Debemos intentarlo todo por la vida libre y pacífica de los pueblos. Hagamos ahora de nuestras imágenes un arma contra las armas.
Este es el fin de esta galería en la red que entre todos queremos construir.
Una iniciativa surgida de un grupo de fotógrafos y abierta a todos aquellos que quieran denunciar la guerra a través de sus fotografías.
Envía tu fotografía y súmate a esta denuncia. "
publicado por lique às 19:47
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Sábado, 29 de Maio de 2004

Quase de nada místico

gold.jpg
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,

e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:

poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.




Ana Luísa Amaral, in Às vezes o paraíso




Um pouco de pó dourado para fazer brilhar o fim de semana.

publicado por lique às 20:01
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Sexta-feira, 28 de Maio de 2004

O meu telemóvel enlouqueceu

telemovel.jpg

Não consigo encontrar outra explicação. Embora não tenha o hábito de atribuir qualidades humanas às coisas inanimadas (excepto claro quando chamo nomes ao PC, mas isso não conta..) , só posso pensar que o pobre bichinho que me serve para estar sempre contactável (ai, ai!) se passou definitivamente.
Já verifiquei se o teclado bloqueia normalmente: está tudo em ordem! Já lhe fiz todos os testes, mexi em todas as funções e não encontro nada errado. Como posso então eu explicar que o desgraçado tenha resolvido começar a actuar sozinho, sem que eu sequer lhe carregue na teclazinha verde?
No fim de semana, eu estava assim um bocadinho down e apetecia-me mesmo falar com a família, os amigos, sei lá, alguém que me levantasse o moral ! Então não é que o fulaninho desatou a enviar mensagens em branco para o grupo “Família” e quando eu o apanhei já ia na letra F? Daí a bocado havia gente que telefonava, que perguntava , que mandava mensagens… Que havia eu de fazer? Disse que tinha sido o telemóvel, claro. E era verdade! Mas acho que algumas pessoas ficaram com dúvidas sobre a minha sanidade mental. O pior foi hoje, estava eu a trabalhar quando “ele” tocou. Era uma pessoa de quem eu nunca estaria à espera que telefonasse naquela altura. Já há muito tempo que não tínhamos nenhum contacto. A minha saudade era grande, mas havia sempre qualquer coisa que me imobilizava a mão, quando pensava em telefonar. Do lado de lá, ouvi: “ Olá! Tinha aqui um registo duma chamada tua. Queres falar comigo?” Bem, não vou agora pôr-me para aqui a contar pormenores duma conversa privada que durou mais de meia hora…. Mas uma coisa é certa: o meu telemóvel foi promovido a bichinho de estimação e está no TOP 10 dos meus objectos favoritos!
Agora já nada me surpreenderá. Mas não consigo evitar uma certa preocupação de cada vez que o ligo. É que até tenho medo do que posso desejar….
publicado por lique às 16:24
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Quinta-feira, 27 de Maio de 2004

Lá fora

clouds2.jpg
Lá fora
nuvens branco cinza
num ar melancólico de semi-primavera.
Existe o silêncio
bem dentro do ruído das máquinas.
O silêncio interior
profundo, denso.
Doçura acre que magoa.
Espaço que o pensamento cavalga.
Surge em mim
um tempo intenso e suave
que chama o ritmo das ondas.
Sei que sou a areia
e tento reter o mar fugidio
de uma ternura inventada.
publicado por lique às 16:22
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