
Sigo pela mata para encontrar o mar recolhido em solidão, isolado de tantos que o querem mas não o amam. O calor amolece-me o corpo e sinto que algo (alguém?) me leva pela mão naquele caminho. Uma brisa ligeira gira em meu redor, beija-me o rosto e vai embora. Tão ligeira que podia tê-la imaginado. Os passos tornam-se mais leves e sorrio àquela brisa. Em silêncio peço-lhe que volte, que me acompanhe até ao mar. Esquiva, foge, esquece-se de mim, deixa-me entregue ao calor da tarde.
Lentamente caminho até ver o azul que me aguarda. Descalça piso a areia da praia, esperando que o mar me console, me dê a alegria que procuro. Devagar, um sopro percorre-me os braços e faz ondular a saia vermelha comprida. Fecho os olhos e deixo a brisa dançar comigo na areia branca. A saia rodopia e acaba por cair. Entro na água devagar, levando comigo aquele sopro de ar tão leve, vindo de longe. O mar acolhe-nos aos dois, num abraço de arrepio e prazer que me transporta para lá de mim, num todo perfeito com aquele mundo azul.