Domingo, 27 de Março de 2005
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Tom Jobim
Chico Buarque
Quinta-feira, 17 de Março de 2005
Este blog está praticamente desactivado e o que aqui ponho é mais para o ir mantendo vivo e não receber aquelas comunicações do Sapo: "O seu blog não é actualizado há...etc..". Quem por aqui costuma passar e por acaso não sabe pode encontrar-me nestes dois endereços onde os posts são actualizados com periodicidade regular:
Mulher dos 50 a 60 - weblogEu, de novoSerão sempre bem vindos em qualquer deles.
Sexta-feira, 11 de Março de 2005
If you want a lover
I'll do anything you ask me to
And if you want another kind of love
I'll wear a mask for you
If you want a partner
Take my hand
Or if you want to strike me down in anger
Here I stand
I'm your man
If you want a boxer
I will step into the ring for you
And if you want a doctor
I'll examine every inch of you
If you want a driver
Climb inside
Or if you want to take me for a ride
You know you can
I'm your man
(...)
Leonard Cohen, "I'm your man"
Quarta-feira, 2 de Março de 2005
Esta é uma estranha semana. Comemorações a mais, trabalho a mais, déficit de tempo para pensar, para ler, para sonhar. Déficit de tempo para mim. E a inquietação começa a instalar-se, como sempre que me perco de mim atolada em coisas que me abafam, me sufocam. A inquietação é uma companheira antiga. Desenvolve-se em angústia, acaba por explodir num qualquer grito. Hoje, amanhã, sei lá quando. Talvez depois tudo volte ao normal. Mas não hoje. Não ainda.
Na verdade, a efeméride de amanhã devia ser comemorada aqui, neste espaço. Tudo começou aqui, num dia de verdadeira necessidade de escrever, de eventualmente ser ouvida... Porque achamos que os outros nos ouvem, quando nos lêem?
Tudo começou num dia de inquietação. Sem que eu fizessse ideia de quão viciante pode ser este "hobby" ou de que forma e quanto interagimos com as pessoas que nos dão o "feedback" que procuramos. Procuramos, sim. Senão, escrevíamos em papel. E continuou, todos os dias. Faz um ano. Motivo para comemorar? Não sei.
Hoje só acumulo dúvidas. E inquietações.