
Existe um rio. As casas, as pessoas não vagueiam na minha lembrança. Só sei que existe um rio. Sujeito a marés. O mar, ali perto.
Nas noites quentes, na velha ponte, costumo olhar as águas cumprindo o seu destino, deslizando suavemente para os braços do mar. De onde vêem aquelas águas, que terras fecundaram, quem nelas se banhou? O rio tem nome com sabor a sul e a sol, nome de mouro que por ali terá passado em busca da sua amada, nome doce de enrolar na boca. O rio tem vida. Peixes saltam como se quisessem escapar das águas. Como se o seu destino fosse em terra, atraídos pelo perfume dos jardins. E vidas se cumprem no rio, em direcção ao mar onde outros peixes aguardam. Ouço as conversas dos pescadores nos barcos, a canção, o assobio. E as gaivotas pairam por ali, chamadas por odores que as fizeram deixar o mar. Lá voltarão no rasto dos barcos.
De dia, o rio perde a magia, dissolve-se na azáfama dos carros, das gentes que passam com sol de praia nos olhos e na pele. Mas eu espero. À noite vai reaparecer o meu rio. Lá, eu lavo a alma de toda a poeira acumulada. É para lá que eu vou.
De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 10:13
b: Olha que atravessar o Tejo, se o fazes todos os dias e se é aqui na zona de Lisboa, é obra. É cruz para a vida. Mas sempre podes ir pensando no rio da tua vida:) Bjslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 10:10
Armando: oh homem irreverente! Já estás a ver as minhas cinzas a serem atiradas as rio? Comovente, sim, mas acho que isso iria dar muito trabalho a quem cá ficasse. Conversa tétrica, esta... Já vi que há por aqui muita gente do Norte. E, como já disse ao Pantanero, o Douro também é uma paixão. Mas este é mesmo ao sul. Quanto à Annaha, que tens tu contra a moça? Ela colabora num blog, sim, o Indefinido que está linkado aí ao lado e tu que gostas de estórias bem contadas deves lá ir ler. Bjslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 10:05
Annaha: foi preciso ganhares coragem para comentar? Nunca aqui, amiga. Aqui todos podem comentar e eu tento sempre dar resposta.Horas tradias também não há, a casa está aberta toda a noite:) Citaste Alberto Caeiro, ainda por cima. Comenta sempre Annaha. Beijinhoslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:56
OrCa: ora, um poeta a comentar é sempre outa coisa!:) Estou a brincar, amigo, leste-me na perfeição e interpretaste-me melhor que eu própria! Beijoslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:54
José: é isso mesmo, Zé eu não conseguiria explicar melhor. Quanto ao Mia, está tudo dito, não é? É dos que releio, sempre que posso. Bjslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:43
M.P.: acho que eu o vejo assim, sim. Aquele rio como a minha vida. Beijinhoslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:41
Inconformada: se calhar, todos devíamos ter um rio, ou um lago ou uma serra... todos devíamos ter o "nosso" sítio de paz. beijinhoslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:40
DonBadalo: é verdade que, para mim, este rio é uma espécie de purificação espiritual. E uma atracção, sim. Beijoslique
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 09:26
Cada um de nós tem um rio à nossa espera. Eu tenho dois, o rio da vida e o rio Tejo, que tenho de atravessar.b
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De Anónimo a 29 de Junho de 2004 às 08:42
Pantanero: já me estavas a ver uma mulher do norte,hem? Não,embora adore o Douro, acho que tem alguns dos mais belos locais de Portugal. E desculpa desapontar-te mas também não é o Tejo. Éum rio mais ao sul... numa terra ao sul que eu adoro.Mas afinal tens razão todos desaguam no mar infinito. Bjslique
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