Quarta-feira, 28 de Abril de 2004

O eterno retorno

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"...suponhamos que havia no universo um planeta onde pudéssemos vir ao mundo pela segunda vez. Ao mesmo tempo, lembrar-nos-íamos perfeitamente da vida passada na Terra, de toda a experiência já adquirida.
E talvez houvesse outro planeta onde viéssemos à luz pela terceira vez com a experiência das duas vidas anteriores.
E talvez fosse havendo sempre mais planetas onde a espécie humana fosse renascendo sempre um grau mais acima na escala da maturidade.
Era assim que Tomas via o eterno retorno.
Nós, cá na Terra ( no planeta número um, no planeta da inexperiência), não podemos ter senão uma ideia muito vaga do que aconteceria ao homem nos outros planetas. Tornar-se-ia mais sábio? Poderá alguma vez ter a maturidade ao seu alcance? Poderá ele chegar a ela através da repetição?
Só na perspectiva desta utopia é que as noções de pessimismo e de optimismo têm sentido. Optimista é quem pensa que a história humana será menos sangrenta no planeta número cinco. Pessimista, quem não acredita nisso."



Milan Kundera, A insustentável leveza do ser


publicado por lique às 18:10
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29 comentários:
De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 22:09
Já li o livro, um gajo chamado Telmo Correia deputa na Assembleia da R. e meu professor de Democracia e Elites obigou-me a ler... a gajo deu-me 15 que raivaaaaaaaaaaaaaaa Filho d P..... só porque tinha-mos que discordar com o autor... rsrsrsrsrsrsrsrsanalfabeto
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 22:04
Analfabeto: é só uma teoria e até interessante! Mas se ainda não leste este livro, vai por mim :é extrordinário! Este homem, sendo claramente um crítico dos regimes comunistas de leste, consegue ainda assim ser um homem de esquerda e sobretudo um "explicador" da alma humana, das emoções, dos muitos matizes que existem no amor (e no sexo!) e de quanto pesa o optar pela leveza e o descomprometimento no amor e na vida. Bjslique
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 21:55
Encandescente: Este faz parte dos livros com ar de muito velhinhos cá em casa. Foi tanta vez lido ou só folheado para encontrar partes que precisava de ler em dada altura! Tem tantos cambiantes da alma humana, do amor, da dedicação ... Ainda bem que também gostas. Beijinhoslique
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 21:50
Wind: A parte política deste livro é tão importante como tudo o resto. A primavera de Praga e o que se seguiu determina grande parte do livro e até as relações amorosas tão bem descritas nesta óptima obra. :))lique
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 21:46
Ema: mulher, também eu não me importava de lá ir! A Paris isso seria regressar, um regresso sempre desejado. Realmente aquilo de que mais nos lembramos do livro, é de Tomas, Teresa e Sabina... mas há muitas páginas de pura reflexão. Esta tem a ver com a não repetitibilidade da vida e forma como Tomas pensa que poderia ser o eterno retorno. Eu li vários livros de Kundera seguidos e depois tive que reler. O filme captou o triângulo amoroso mas falhou muitas outras coisas. Beijinhoslique
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 21:10
Gostei do texto, mas infelizmente o autor leva-me para vôos "transcendentais" logo fico apreensivo...analfabeto
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 21:07
A insustentável leveza do ser. o livro retrata tão bem o peso que trazemos dentro... tão bem. um beijoencandescente
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 19:36
Lique este é só o livro de Milan Kundera que mais gosto. Não só pelo triângulo amoroso, como também pela passagem política. Lembro-me da morte do tito e da mulher. Gostei deste post.wind
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De Anónimo a 28 de Abril de 2004 às 19:24
Olá Lique, não me importava nada de retornar a Praga e à República Checa, País natal do Milan, também não me importava de ir a Paris para onde ele foi quando emigrou. Agora por emigração... Gosto do Milan Romancista, adorei A Ignorância. Quanto ao post, trecho interessante, fora do contexto global da obra, não o identificaria como pertencendo ao Romance: A Insustentável Leveza do Ser, gostei daquele triângulo amoroso, que até no filme, ficou bem caracterizado. Beijos ema.pi
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