Sexta-feira, 16 de Abril de 2004

Dois casos ao acaso

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Padre Mário

Nome: Mário Pais de Oliveira

8 Março 1937: nasceu na freguesia de Lourosa (Santa Maria da Feira)
Outubro 1950: deu entrada no Seminário da Diocese do Porto. Os anos seguintes passou-os, sucessivamente, no Seminário de Trancoso, em V N Gaia, no Seminário de Vilar e no Seminário da Sé.
5 Agosto 1962: foi ordenado padre, na Sé Catedral do Porto
Outubro 1962: começou a ser coadjutor na Paróquia de Santo António das Antas (Porto). Deveria permanecer aí durante dois anos, mas, antes do primeiro ano terminar, o respectivo pároco, incomodado com a sua maneira popular e evangelicamente desestabilizadora de exercer o ministério, pediu ao Administrador Apostólico da Diocese a sua remoção.
Outubro 1963: iniciou-se como professor de Religião e Moral, no Liceu Alexandre Herculano (Porto)
Outubro 1965: continuou como professor de Religião e Moral, mas agora no Liceu D. Manuel II (Porto), ao mesmo tempo que assumiu as funções de assistente diocesano da JEC.
Agosto 1967: foi abruptamente interrompido nesta sua missão pastoral pelo Administrador Apostólico da Diocese, por suspeita de estar a dar cobertura a actividades consideradas subversivas dos estudantes (concretamente, por favorecer o movimento associativo, coisa proibida pelo regime político de então). Nomeado capelão militar, sem qualquer consulta prévia.
Novembro 1967: desembarcou na Guiné-Bissau, como alferes capelão do Exército português.
Março 1968: foi expulso de capelão militar, por ter pregado, nas Missas, o direito dos povos colonizados à autonomia e independência.
Abril 1968: começou a paroquiar a freguesia de Paredes de Viadores (Marco de Canaveses).
Junho 1969: foi exonerado da paróquia de Paredes de Viadores . O Vigário da Vara da região leu-lhe o decreto de exoneração, assinado pelo Administrador Apostólico, no qual constava que ele teria de abandonar a paróquia no prazo máximo de 24 horas.
Outubro 1969: começou a paroquiar a freguesia de Macieira da Lixa (Felgueiras).
Julho 1970: foi preso pela PIDE/DGS.
Março 1971: saiu da prisão política de Caxias, depois de ter sido julgado e absolvido pelo Tribunal Plenário do Porto.
Julho 1971: regressou à paróquia de Macieira da Lixa, depois de alguns meses no exílio, em Madrid.
Março 1973: voltou a ser preso pela PIDE/DGS.
Fevereiro 1974: saiu em liberdade, no termo do 2º julgamento no Tribunal Plenário do Porto. Nessa altura, foi informado, de viva voz, pelo Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que já não era mais o pároco de Macieira da Lixa desde o dia em que havia sido preso pela segunda vez pela PIDE/DGS.
Depois de 25 de Abril de 1974, tem exercido funções pastorais e de jornalista, sendo director do Jornal FRATERNIZAR, desde a sua fundação, em Janeiro de 1988.

Padre Mário da Lixa</font>





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José Augusto Gouveia


Nome: José Augusto Gouveia

Nasceu a 29 de Junho de 1922 em Maçores, Concelho de Moncorvo.
Em Maio de 1934, com a idade de 11 anos veio fixar residência em Moscavide, na companhia de seus pais e irmãos.
Até aos quinze anos, trabalhou como marçano na Drogaria Fénix e na Drogaria Leitão, também na Avenida de Moscavide.
Foi servente de serralheiro, de carpinteiro, de pintor e de pedreiro, tendo trabalhado na construção do Bairro da Encarnação que então se começava a erguer nas terras da Panasqueira.
Em 1937, juntamente com outros jovens, participou na criação do Atlético de Moscavide, de que veio a ser Director e Presidente. Por essa altura criou também um dos primeiros núcleos campistas. Muitos jovens de Moscavide fizeram a sua aprendizagem política com o José Gouveia no núcleo por ele criado.
Em 1938, com 16 anos, voltou ao comércio. Por esta altura já era militante do PCP.
Em 1941, passou a trabalhar na Fábrica de amidos COPAM onde se manteve até entrar no serviço militar, em 1943.
Em 1946 foi admitido na Atlantic (actual BP), onde, juntamente com o petróleo, ia distribuindo panfletos clandestinos e levando aos lugarejos mais recônditos do concelho.
Em 1948, participou activamente na campanha eleitoral do General Norton de Matos. Tinha sido membro activo do MUD Juvenil e participou em todo o processo de criação do MND (Movimento Nacional Democrático), de que foi um dos dirigentes nacionais.
Em 1951, na sequência do seu empenhamento na campanha eleitoral do Professor Ruy Luís Gomes , foi preso pela primeira vez.
Voltou a ser preso em 29 de Junho de 1954. Era o dia do seu 32º aniversário. Estava a jantar com toda a família quando o vieram buscar.
Impedido de voltar ao seu emprego após a saída da prisão, regressou à actividade comercial, abrindo uma drogaria e mais tarde uma livraria, onde havia sempre livros proibidos pela censura e onde a PIDE fazia frequentes “visitas” e grandes apreensões.
Em 1958, participou na campanha eleitoral de Arlindo Vicente, e posteriormente na campanha de Humberto Delgado, após a desistência do primeiro.
Participou nas lutas que envolveram as eleições legislativas de 1961, 1963 e 1969 - sendo nestas últimas candidato a deputado pelo distrito de Lisboa por parte da CDE.
A sua terceira prisão ocorreu no 1º de Maio de 1970, nas ruas de Moscavide.
Em 1973, era um dos indigitados candidatos a deputado à Assembleia Nacional pela CDE, quando foi preso pela 4ª vez, de novo numa acção de rua, na Avenida de Moscavide. As torturas físicas e psicológicas que lhe infligiram por pouco o não levaram à loucura.
De Maio de 1974 a Dezembro de 1976 exerceu as funções de Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Loures, continuando até à sua morte em 1993 empenhado na sua actividade de autarca.


José Gouveia</font>



publicado por lique às 01:02
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De Anónimo a 16 de Abril de 2004 às 21:48
Às vezes colaboro num lique, mas sou-te franca um blog meu não:) Jocas para ti:)))***wind
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(mailto:cruzi@netcabo.pt)
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De
( )Anónimo- este blog não permite a publicação de comentários anónimos.
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