Kant tinha uma árvore para a qual olhava enquanto meditava. Eu tenho uma paisagem de telhados semeados de antenas de televisão. Kant passeava pelas ruas da cidade e contava os passos que dava e verificava se eram ou não os mesmos. Eu ando de carro a grande velocidade a pensar: é agora ou não que vou guinar para a esquerda, terá por fim chegado a hora da minha morte, como será, deixa-me ir ver? Kant recebia muito cordialmente os amigos em casa e cada um contava uma história, semana sim semana não, inventada. Eu procuro a verdade no que digo e fico muito atrapalhado porque não encontro nada. Kant era baixo e feio e ensinava o que não gostava. Eu gostava de ser bonito e alto e continuo a ignorar coisas essenciais. Porque é o céu azul? Porque é o mar salgado? Porque gosto tanto de beijar os teus lábios? Kant fica calado e depois começa: dadas as condições de possibilidade, etc., etc.
Pedro Paixão, Nos teus braços morreríamos
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 22:29
porque temos que fazer sempre perguntas?porque esperamos sempre respostas? porque não aceitamos as coisas como elas se apresentam se nos questionarmos?beijossofia
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 22:26
De Kant não vou falar, não me apetece e pronto!;)Mas Pedro Paixão foi uma paixão de há cinco ou seis anos atrás, mas muito fugaz...conheci-o, apaixonei-me e desencantei-me...e não voltei a ler nada dele!BeijosMWoman
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 21:16
Analfabeto: a quem é que Kant não deu dores de cabeça? Só mesmo aos muito vocacionados para a filosofia. Eu como era da área de Ciências...já vês! :))lique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 21:12
Wind: pois, mas como Pedro Paixão também é formado em Filosofia e professor da mesma... há aqui um qualquer paradoxo! De qualquer forma, o que ele quer reflectir são realmente as dúvidas do comum dos mortais a que os filósofos falham um pouco a responder. Bjslique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 21:08
Ema: do que eu li de Pedro Paixão, acho que há sempre qualquer coisa que lhe falta ou então é simplesmente uma questão de não arriscar... sabes, aqueles golpes de asa que levam a escrever coisas extraordinárias. Achei muito interessante este texto ( a que não se pode sequer chamar "short story") tal como acho outros, sei também que é um escritor de sucesso, mas acho que ainda lhe falta algo para atingir o seu potencial máximo. Esta é a minha opinião dos três livros que li. E já me alonguei para aqui. Que dissertação...Beijinhoslique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 21:01
Acaso: será que a filosofia é parecida com o sonho? Boa pergunta, mas sinceramente acho que a filosofia é, quase sempre, o exercício do que há de mais racional em nós e o sonho, podendo também reflectir as nossas inquietações, por vezes de racional não tem nada... Bjslique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 20:43
Porquinho: ora e eu a julgar que já ias no avião! A tua mala é então agora o acessório com o qual filosofas... Ele há de tudo neste mundo! Boas férias.lique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 20:40
Mis: Olá! Tens razão, quando ele fala das reuniões de Kant com os amigos em que cada um conta uma história...A situação é a semelhante, faltam se calhar as noites de tempestade que fizeram Mary Shelley escrever Frankenstein. Enfim, coisas de escritores :)) Beijinhoslique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 20:32
Maria: É evidente que os filósofos têm o seu papel importante no desenvolvimento da reflexão sobre as motivações e as formas de pensar e agir da humanidade. O que me parece é que aqui o autor que também é filósofo de formação, se diverte a comparar as explicações e as teorias com a realidade comum da vida de todos nós. Fica bem .lique
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De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 20:20
Xzip: Eu sinceramente também prefiro viver as pequenas coisas e deixar as minha intuição guiar-me. Acho que filosofar é muito interessante como exercício intelectual, mas na nossa vida o que realmente interessa são os pequenos porquês. Bjslique
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