Terça-feira, 6 de Abril de 2004

Kant

Kant tinha uma árvore para a qual olhava enquanto meditava. Eu tenho uma paisagem de telhados semeados de antenas de televisão. Kant passeava pelas ruas da cidade e contava os passos que dava e verificava se eram ou não os mesmos. Eu ando de carro a grande velocidade a pensar: é agora ou não que vou guinar para a esquerda, terá por fim chegado a hora da minha morte, como será, deixa-me ir ver? Kant recebia muito cordialmente os amigos em casa e cada um contava uma história, semana sim semana não, inventada. Eu procuro a verdade no que digo e fico muito atrapalhado porque não encontro nada. Kant era baixo e feio e ensinava o que não gostava. Eu gostava de ser bonito e alto e continuo a ignorar coisas essenciais. Porque é o céu azul? Porque é o mar salgado? Porque gosto tanto de beijar os teus lábios? Kant fica calado e depois começa: dadas as condições de possibilidade, etc., etc.



Pedro Paixão, Nos teus braços morreríamos

publicado por lique às 08:30
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28 comentários:
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 19:58
Gostei do post. Mas as dores de cabeça que tive com Kant... já lá vão uns aninhos.analfabeto
(http://analfabetosexual.blogs.sapo.pt)
(mailto:pp@sapo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 19:30
:))) Kant um filósofo e Pedro Paixão um escritor com dúvidas que muitos nós temos. Genial escolha, Lique:-)wind
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(mailto:cruzi@netcabo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 19:02
Lique: Esta está boa! também ando às voltas com o Pedro Paixão... até onde cheguei não gostei muito, é demasiado melado para o meu gosto! Como vou uns dias de férias vou avançar na leitura, pode ser que venha a mudar de opinião. Beijos e Boa Páscoa ema.pi
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(mailto:ema.pi@sapo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 16:31
Todos nós somos à nossa maneira, filósofos.
Questionarmo-nos faz parte de SER.
Excelente exercício.
Não será a Filosofia e o sonho algo de muito parecido?
BeijosAcasoDeLetras
(http://LetrasAoAcaso.blogs.sapo.pt)
(mailto:manintherisingsun@hotmail.com)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 15:22
...decididamente hoje não estou nada virado para as filosofias puras e duras (" nunca estás"!), exclamarão alguns, convictos que o meu negócio se resume à comédia da vida real ponto final e parágrafo. equívoco tremendo, que melhor exercício filosófico comentar o que a vida tem para ser mostrado, senão o seu lado picaresco, as suas alegres misérias do quotidiano, os saltos recambolescos (circences) do social, o...chega!, que eu disse que hoje não filosofava; porque finalmente vou de férias, embora minis que não são garrafas de cerveja das pequeninas, são dias contados ao segundo que "ainda não parti e já penso no regresso" e ao andar à voltas com esta mala companheira de outras terras e outras gentes, quase me apetece perguntar-lhe: "mala tu não estás cansada desta lufa-lufa?, não te exaltas comigo?, não me exiges o décimo quarto mês e despesas comparticipadas na compra de medicamentos para os fechos?!mala: tu és a vergonha da minha cara; nada exiges, nada reclamas, encolhes as pegas e ficas-te...se te perguntasse onde estavas no vinte e cinco de abril decerto que córavas de vergonha!!". Falar com uma mala é prova provada que o descanso é mesmo necessário ou...a avenida brasil está´logo ali à esquina e há lá uns camaradas que gostariam de trocar comigo umas histórias incríveis...Pedro: deves continuar a escrever para meu deleite e de mais alguns...que até aqui na blogsfera tens admiradores. Lique perdoa o monólogo mas não há dias nem lugares marcados para "afiarmos a caneta" e lá vai disto.Fica bem, bjos e até daqui a uma semana (+-). Inté! porquinho da india
(http://bertoblog.blogs.sapo.pt)
(mailto:baconfrancis@netcabo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 14:58
OLá Lique! Boas Tardes! Este teu post fez-me lembrar as reuniões do Byron com os seus amigos, em Itália... noites estranhas, das quais nasceu algo que ninguém tinha suposto: o nescimento do Frankenstein, primeiro Romance, na moderna concepção do termo! Obrigada! Beijinhos, Páscoa Feliz!:))***misogena
(http://www.inocencia.blogs.sapo.pt)
(mailto:misogena@sapo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 13:04
O simples filósofo é uma simples persnagem que comumemtemente, é pouco aceitável no mundo, porque se supõe que ele em nada contribui para a vantagem e prazer da sociedade, ao viver afastado do trato com a humanidade e absorto em princípios e noções igualmente distantes da sua compreensão.Po outro lado o ignorante é ainda mais desprezado e nenhuma coisa é tida como sinal mais seguro de um espírito mesquinho numa época em que as ciências florescem.
A maneira de ser mais perfeita reside, supostamente, entre estes extremos, mantendo uma igual capacidade e gosto pelos livro, pelo trato social e pelao cupação concreta, e preservando na conversação aquele descernimento e sensibilidade.
Um bom diamaria
(http://avelha.blogs..sapo.pt)
(mailto:mariaras@sapo.pt)
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 12:35
Prefiro sonhar antes que filosofar. Prefiro amar antes que racionalizar. Não poderemos manter o nosso espirito aberto ás pequenas coisas que são motor que move o mundo? E que melhor que os sonhos para nos puxarem para a frente? Não consigo conceber viver sem sonhos. Por isso, acho curioso este excerto. Mas a amiga já reparou, que por mais diversos que sejam os autores, acabamos sempre por encontrar pontos nos seus escritos que nos identificam com eles? Transpomos as nossas ideias e crenças para as palavras alheias. Creio que é inevitável. Acabei de o fazer. Mas isso também tem a sua beleza não acha? Um abraço :)) Xzip
(http://bluedream.blogs.sapo.pt)
(mailto:jpft2001@sapo.pt)

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