Domingo, 4 de Abril de 2004

O destino de Mrs Dalloway

E, coisa estranha, incrível: nunca se sentira tão feliz. Nada poderia agora ser bastante lento; nada durar de mais. Nenhum prazer poderia igualar-se, pensava, endireitando uma cadeira, recolocando o livro na estante, a isto de haver terminado com os triunfos da juventude, de se haver perdido na corrente da existência, para encontrar a vida, com um choque de alegria, quando o Sol nascia, quando o Sol se punha.



Virginia Woolf, Mrs Dalloway




Lendo o livro e lembrando o filme "As Horas " de Stephen Daldry


publicado por lique às 09:03
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17 comentários:
De Anónimo a 6 de Abril de 2004 às 09:21
José: é verdade, a tranquilidade de certos momentos em que conseguimos relativizar as nossas angústias e pura e simplesmente deixar fluir a vida deve ser o que nos faz continuar a viver com gosto. Bjslique
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 23:42
Olá Lique

Há lá coisa melhor que o conforto que poderemos sentir sempre que um certo apaziguamento das angústias pessoais se verifica. por muito breve que seja às vezes parce eterno. Que bom!
Fica bem!:))***Jose Duarte
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 16:20
Ângela: que bom voltar a ter-te por aqui. Na realidade, a obra de Virgínia Woolf é dificilmente adaptável ao cinema. O filme que refiro á a adaptação de uma novela de Michael Cunningham que tem referências constantes a Mrs Dalloway, através do universo de três mulheres, uma das quais a própria Virginia. Não sei se o viste, acho-o bastante conseguido. Agora, o poder descritivo das horas de Clarissa Dalloway e o ensaio sobre a insanidade que o livro representa , concordo que é irreproduzível. Beijinhos. Volta sempre.lique
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 15:53
Só para te dizer que acho Mrs. Dalloway muito para além do que tudo o que depois se fez. Romance indizível em cinema.ângela
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 07:43
Wind: pois não faz? Tal como Virginia diz, no filme "O destino de Mrs Dalloway tem que ser decidido" E é decidido assim, por um reencontrar da vida, após o suicidio do poeta que ela nem conhecia. Beijinhoslique
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 07:39
Maria: o filme é realmente um angustiante panorama da alma das mulheres. E ao mesmo tempo, abre uma porta de tranquilidade. Tal como o livro de Virginia Woolf. Beijinhoslique
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De Anónimo a 5 de Abril de 2004 às 04:08
Adorei esta passagem. Confesso que não conhecia. Faz pensar...wind
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De Anónimo a 4 de Abril de 2004 às 23:41
Belo trecho tu escolheste ,lique... gostei muito do filme, vai fundo no universo feminino... e também gosto muito de aqui vir..Beijinhos fica bem :))maria
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De Anónimo a 4 de Abril de 2004 às 20:42
MWoman: Virginia Wolf e a sua obra não são muito populares entre nós. O filme, com toda a qualidade que tinha (um filme sobre mulheres e as suas escolhas a todos os níveis) fez muita gente ler Virginia, pelo menos Mrs. Dalloway. Bela interpretação aquela de Nicole Kidman... Juro que não a reconheceria, se não fosse a voz. Bjslique
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De Anónimo a 4 de Abril de 2004 às 19:33
Maravilhosas escolhas que tu fazes...primeiro o Principezinho, livro que de quando em vez releio para da sua mensagem jamais me esquecer e agora Virginia Woolf...Vi o filme "As Horas"...filme pesado mas que gostei muito...beijosMWoman
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