Sábado, 3 de Abril de 2004

Da guerra das ovelhas e das flores

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"Agora o principezinho sentia-se tão irritado que até estava branco.
- As flores fabricam espinhos há muitos milhões de anos. Apesar disso, as ovelhas comem flores há muitos milhões de anos. E vens-me tu agora dizer que tentar perceber porque é que elas têm tanto trabalho a fabricar espinhos que nunca lhes servem para nada não é uma coisa séria! Que a guerra entre as ovelhas e as flores não é uma coisa importante! Não será uma coisa bem mais séria e bem mais importante do que as contas de um senhor muito gordo e muito encarnado? E se eu, eu que aqui estou à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta e que, numa manhã qualquer, uma ovelhinha pode reduzir num instante a nada, assim, sem sequer dar por isso, também não tem importância nenhuma, pois não?
Corou, mas não se calou.
- Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para elas. Porque pensa: "Ali está ela, lá no alto, a minha flor.." Mas se a ovelha comer a flor, para essa pessoa é como se as estrelas se apagassem todas de uma vez! Mas isso também não tem importância nenhuma, pois não?

...

Adeus - disse a raposa - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos..."




Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho


publicado por lique às 10:20
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25 comentários:
De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 21:31
Maria: Pois não é assim? É um livro que nos embala suavemente e nos desperta tudo o que são sentimentos ternos e tramquilos. Beijinhos. Bom fim de semana.lique
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 21:26
ai que bom, é sempre agradavel encontrar o princepezinho:) Bom fim de semana!Columbiana
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:56
lique,ele haverá lá mensagem mais intemporal que a que nos transmite este livro, todo ele? De facto, quantas vezes os olhos, mais do que não verem o essencial, nos cegam para ele????
Ser capaz de ver com o coração, é como ser capaz de ouvir o silêncio... É bom, apazigua e faz bem ao corpo e ao pensamento... Gostei muito,beijinhos, fica bem :))maria
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:44
Analfabeto: desculpa,aquilo do tamanho do livro foi uma piada, porque um das minhas filhas cada vez que olhava para Os Maias dizia: "Caramba, se ao menos isto não fosse tão grande..." Depois leu, gostou e acabou por ler outras obras do Eça. Quanto a ti , já te disse que só provas ter bom gosto, porque o Eça é absolutamente imprescindível, dentro da literatuta portuguesa. Bjs. Bom fim de semana.lique
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:39
Ema: e a tua avó também era sábia! Coisas que a idade nos ensina... Bjs. Bom fim de semana.lique
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:37
Wind: Verdade, descobre-se sempre uma frase que nos revela um sentido novo... Obrigada. Bom fim de semana.lique
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:35
porquinho: ah o meu amigo, além de sentido de humor, também tem muita sabedoria! E bom gosto, claro. O Principezinho é um dos meus "livros de tranquilidade". Daqueles onde se vai buscar a tal serenidade... Bjs. Bom fim de semana.lique
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 20:18
Pois é Lique, a Raposa é sábia. Como a minha avó costuma dizer: "o diabo sabe muito, não por ser diabo, mas por ser velho" . O Principezinho de Saint-Exupéry, leitura obrigatória, é de facto uma obra intemporal. Bom fim de semana, tchauema.pi
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 19:58
Já tentei ler ou melhor reler o princepezinhop, não foi capaz. Em relação aos Maias, não tem nada haver com o tamanho, Eça de Queiroz é um dos meus autores favoritos (descreve um quadro social, como ninguém)analfabeto
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De Anónimo a 3 de Abril de 2004 às 18:42
Adoro este livro:) Sempre que o leio, ainda hoje descubro coisas novas. De facto neste mundo, já é tão raro haver pessoas com sentimentos, emoções que para muita gente se calhar era bom que comprassem este pequeno grande livro e o que ele transmite. Muito bem lique:)wind
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